15 de agosto de 2012

La Femen Sexy Brazil... for all men!



- Depois da Marcha das Vadias, vem agora a "franquia" do FEMEN, o FEMEN BRAZIL.

-  É aquele movimento feminista "importado" da Europa, não? 

- O próprio!

- Mas por que não "MULHER" ou "FÊMEA" no lugar de FEMEN? E por que, diabos, Brazil (com Z) no lugar de Brasil (com S)?

- Isso não vem ao caso. O que importa é que teremos seios de fora! Um monte deles! 

- Ô! Melhor que isso, só se tiver escolha da mais gata!

- Faz sentido. Se forem "honrar" o FEMEN ucraniano, onde chove de mulher bonita, bem que poderiam fazer uma seleção prévia das mais bonitas de topless.

- Bonita ou não, peito de fora assim, aos montões e "de mão beijada", não rola todo dia, e ainda estamos longe de fevereiro. Vai ser divertido! E se essa mania pega, teremos nu frontal nas próximas manifestações feministas!

- A única manifestação que você vai ver de mim, serei eu no meio da mulherada! 

- Assino e compareço! Só por ser Brasil com Z e Mulé com Femen, eu vou assistir! Tá mó cara de carnaval! E olha lá só o JOIN US! "Movimento social" mais nacional, impossível!






Dá o que pensar. 

Inevitavelmente, as mulheres acabam dando aos machos o que eles querem: peitos de fora, balançando ao doce sabor do atrito. Mal sabendo elas, ou fingindo não se importar, que os espectadores machos que prontamente se fazem presentes a esse tipo de "movimento social moderno" não estão ali para apoiar a causa - se dessem a mínima para a causa, não faziam o que fazem ou não se omitiriam de fazer o que devem em relação às mulheres e seus direitos -, mas, pura e simplesmente, para se deliciar com o "espetáculo gratuito" dos seios - símbolo da feminilidade e da maternidade - expostos, como se de um circo carnavalesco se tratasse (Carnavale, "carne vale"), para promover e defender direitos que podem ser discutidos, debatidos e ensinados sem que a mulher precise "sacrificar" as roupas.  

Numa sociedade patriarcal, calcada solidamente na perspectiva de mundo masculina, expor o corpo feminino em protestos sociais pró-mulher é dar ao homem incivilizado, bitolado e sexista, maioria reinante no planeta, motivos de sobra para questionarem a seriedade e validade da causa, tomando-a como pretexto para a auto-exposição deliberada. Para eles, é uma atração à parte, um passatempo colírico, acompanhar a "marcha" dos seios à mostra em pleno dia de sol, numa semana entediante ou estressante de trabalho.

Dentre as muitas palavras a ser ouvidas sobre os direitos da mulher e sobre os deveres do homem, para a maioria masculina e também para boa parte das mulheres guiadas pela mentalidade machista, a imagem dos seios nus, por mais pura que seja (e é), ainda grita mais alto no consciente coletivo como algo sexualmente mundano, pervertido, imoral. E imagens sempre falam mais e calam mais fundo, por mais justos e iluminados que sejam os discursos.

Diante disso, a mulher vítima de abusos contra sua feminilidade, no limiar de seu desespero, começa a achar interessante a idéia de auto-imolar os seios, a exemplo daquelas mulheres guerreiras do passado.


 
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