27 de abril de 2015

Vive le Animation!


Outro dia, estávamos conversando sobre animações francesas. Pediram-me para indicar uma ou duas obras consideradas interessantes o bastante para valer a pena assistir. "Não indico duas, indico nove", eu disse, "... a começar:

Pelo espetacular clássico "AS BICICLETAS DE BELLEVILLE"...


... e os fabulosos "CONTOS DA NOITE"


... seguidos dos contos de horror "PEUR(S) DU NOIR"


Depois, o cult "PERSEPOLIS" 

 
... e o icônico "O MÁGICO".

 
Seguidos do genial "O GATO DO RABINO"...

 
... do outro felino, "UM GATO EM PARIS" 

 
 e da crítica animação de humor negro "A PEQUENA LOJA DE SUICIDIOS".



"Por fim, encerrando as indicações de hoje," eu disse, "com o belo "JACK E O CORAÇÃO MECÂNICO".



Depois veio a sessão "animações encantadas japonesas", com uma cascata de clássicos e modernos do tamanho de um mecha

Mas e vocês, tem algo em mente para animar o cinema em casa de hoje?

Hal 9000




 
"Você confia nessa pessoa para creditá-la tamanha confiança?", certa vez perguntei ao amigo. 

"Não cegamente, eu seria tolo se assim o fizesse", respondeu.


"Porém o suficiente", insisti.


"Creio que sim", deu de ombros, "Temos afinidades ideológicas e políticas, ela tem estado próxima, é do meu círculo".


"Círculos são quebrados o tempo todo, círculos podem sem viciosos", eu disse.
 

Ele pareceu considerar. "E se fosse você, o que faria?", questionou.


"Evitaria situações assim. Contudo, se fossem impossíveis de afastar, eu seria como o rei desconfiado que mantém sob vigilância os mais próximos de si".


Ele piscou, espantado, e sacudiu levemente a cabeça, sorrindo. "Por que ainda me admiro vindo de você?"


Deslizei no banco, esticando as pernas, e cruzei os braços. "Pense bem, é como o ponto cego de uma câmera", indiquei, com uma inclinação de cabeça, o equipamento no alto, acima de nós, com seu olho mecânico apontando para a praça. "O mais seguro é manter-se fora do seu raio de alcance, e que melhor lugar que o ponto cego? Estar perto da câmera o suficiente, sob ela, é a 'cobertura circunstancial' perfeita, o esconderijo e a camuflagem. O mesmo ocorre com os mais próximos, aqueles que chama de "amigos" pela conveniência da situação, esses a quem delega tarefas e poderes para falar e agir em seu nome".


Ele cruza os braços sobre a mesa de pedra. Ao lado, um cachorro sem dono fareja alimento. O incômodo revira em meu peito. "No meu lugar, o que faria?", ele acena. "O que sugere?"


"Eu não estaria no seu lugar. Por outro lado, não me custa sugerir e minha recomendação é redefinir aquele famoso ditado para algo mais apropriado".


"E que seria...?"


"Mantenha os inimigos perto (o suficiente do seu raio de visão)... e os amigos mais ainda".


"Você as vezes me dá medo", ele riu.


"É culpa de Sekhmet. Quando resolve transitar pelos corredores de Anúbis".