12 de maio de 2010

No Princípio... Era o que mesmo?






Além do infinito, tempos que ainda não se haviam iniciado, onde nem o nada ameaçava se tornar.

Tudo inimaginável por ainda não havia imaginação total vacuidade no seio do incogitado, nicles patavina impalpável e intangível.

Vazio insubstancial sobre vazio absoluto, entre o inascido e o inascível, ponto inidentificável incomensuravelmente distante de onde as paralelas se prometem no remoto, onde ninguém (mas não havia ninguém, pois não havia alguém) perceberia qualquer possibilidade de formação do ainda ausente.

E, não havia o primeiro nem o embrional; tudo (nada) sem transpiração, respiro, desova, parto, nenhuma exalação ou sopro, ou brilho. Uma perpetuidade sem fim, sem margem; sem nascente ou ocaso, côncavo ou convexo, ilimitável, por isso ilimitada.

Foi então (Como, então?) que O Que Não Existia pressentiu (Como?) a Criação. Comunicou (Como? A quem?):

- Ouvi um bang.

Espantou-se (como?) O Não Gerado:

- Um bang?

- É. Um Big Bang. Começou a se criar alguma coisa.

Expressou-se (Como?) O Inda Por ser: - O quê?

Intuiu (Como?) O Que Não Existia:

- Pressinto que é a Vida.

Perguntou (Como?) O Incriado:

- O que é isso?

Expremiu-se (Como?) O Que Não Existia:

- Uma coisa terrível da qual todo mundo morre.


MORAL:
Da Vida ninguém escapa.



- Excerto de uma das Fábulas Metafísicas de Millôr Fernandes sobre o Antes do Antes segundo o Kaos.