15 de dezembro de 2013

Zarita e a zebra xadrez




- Vai sair com essa blusa? 

- Vou. Por que? Tá rasgada? Amassada? Tsc... se tiver, vai assim mesmo. 

- É uma blusa xadrez. 

- É. E? 

- Não diziam que blusa xadrez é "coisa de lésbica"? 

- Não sei, acho que sim. Na Escócia, a saia é xadrez. E os homens é que vestem. Sem cueca, de preferência. 

- Eu só estou repetindo. Foi você mesma que brincou uma vez com as blusas xadrez. Aliás... você não tem só essa blusa xadrez, tem mais duas. 

- É, e pretendo comprar um vestido e mais outra blusa. O espírito britânico é mais forte em mim do que eu imaginava. 

- Ah, um vestido ficaria bonito mas... não compre outra blusa xadrez. 

- Por que não? 

- Porque, como dizem, é "coisa de lésbica". E você não é. 

- Não, mãe, eu não sou. Mas se continuar assim, não vou comprar apenas uma blusa, compro também uma mulher e caso com ela. 

- Hunf, ignorante. 

- Pff... me espelho em você.

Time... is on my side.







Yes, it is.




The futures in our hands and we will never be the same again ou... Corra, Alice, corra!





 


O que é o tempo, então?
É pai das coisas do mundo? É dia e noite que passa? É o cuco que o Cuco faz? São as rugas na face do velho? Ou o sorriso na face do jovem rapaz? É os que vão e vem na história ou as lembranças que ficaram na memória? 






 



 
Assim não creio, o tempo é consequência, é mais filho do que pai, que é pai da consciência; não é fração de segundos, não é o despontar do sol e o fascinante voleio da lua; não prediz a morte, nem guarda na cachola o que o homem faz. 




 








Veja bem o que estou achando: o tempo é, mas inexiste. Para evitar aborrecimentos, eu o saúdo como o velho reconhecimento daquilo que, mudando, persiste.