27 de abril de 2011

Waizfüder!






Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende? 

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio. 

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma. 

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por ílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo.


Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. 

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo?

Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. 

Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.


- Autoria atribuída a Pedro Ivo Resende (e, nas horas vagas, também a Millôr Fernandes e Luis Fernando Verissimo. Well... foda-se).
Extraído de "
Caiu na Rede"

25 de abril de 2011

Quando a ordem dos fatores altera o resultado

Question:

Se o louco-atirador de Realengo entrasse no Congresso Nacional, metendo bala em político corrupto, ele seria o que hoje?



15 de abril de 2011

É "dose"!







Na Alemanha, a nova onda entre os jovens é consumir vodka através de tampões menstruais (os absorventes internos). As meninas metem o tampão encharcado de bebida na 'gina, e os meninos "enfiam no cu". Literalmente.

Agora, sim, "tomar no cu" ganhou "real" sentido.


Aqui, a notícia que mudará nossas vidas para o resto de nós mesmos:


A nova maneira de se embriagar virou moda entre adolescentes da Alemanha

Uma nova maneira de se embriagar virou moda entre adolescentes da Alemanha. As jovens de Tuttlingen, sul do país, estão encharcando absorventes internos com vodca e introduzindo nas parte íntimas. O objetivo seria ficar ‘doidona' rapidamente na night e ainda disfarçar o cheiro de álcool. Mas, segundo os médicos, a mulherada corre sérios perigos de saúde.

Rapazes também estão usando a ‘técnica'. Nesse caso, eles aplicam os absorventes alcoólicos no ânus. Nos dois casos, o risco é grande. Uma garota de 14 anos entrou em colapso, durante uma festa de rua em Konstanz, e, após ser levada para o hospital, médicos disseram que ela estava embriagada pelo uso do absorvente estilo ‘tampão' cheio de vodca.

A moda parece ter começado nos Estados Unidos e também já foi noticiada na Escandinávia, onde menores não conseguem comprar bebida com facilidade.

Infecções, DSTs e câncer

Segundo a ginecologista Elizabeth Eichler, essa forma de utilizar o absorvente interno aumenta o risco de infecções. A prática também faz crescer o risco de se contrair doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), chegando a causar até lesões cancerígenas na vagina ou no ânus.

"A mucosa é extremamente sensível. Quando entra em contato com o álcool dessa forma, provoca feridas e ulcerações", explica Eichler, ressaltando que, nesses casos, a bebida chega rápido à corrente sanguínea porque não passa pelo processo digestivo.