31 de outubro de 2012

Happy Doodle Halloween 2012!




Como os 5 leitores do blog do tio Zara devem saber, 31 de outubro é dia de Halloween (Samhain, o Dia de Todos os Mortos) nos países anglo-saxões. Na mesma data, nos países abaixo da linha do Equador, iniciam-se os preparativos para Beltane, o festival da fertilidade, (celebrado em 1º de novembro), nos termos da Roda do Ano celta (calendário sazonal utilizado pelos povos da velha Europa que cultuavam/cultuam a Deusa-Mãe e o Deus Consorte).

Para celebrar o Dia das Bruxas, o Google britânico não deixou passar o doodle despercebido, criando um interativo no tradicional estilo casa assombrada, permitindo ao internauta "curiar" seus recantos ocultos e deparar-se com algumas "surpresas".  

Vai arriscar? Basta clicar na imagem, para ser direcionado à versão britânica do Google:



Doodle interativo ganhou destaque no Halloween (Foto: Reprodução)




HAPPY HALLOWEEN a todos!


E para quem vai de Google um HAPPY DOODLEWEEN!





29 de outubro de 2012

Scaramouche, scaramouche, will you do the fandango?




“Quando perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”. (Atribuída a Ayn Rand, filósofa, escritora, dramaturga e roteirista de origem judaico-russa, naturalizada norte-americana, criadora do sistema filosófico "Objetivismo")



Ao fim de cada eleição, tendo ganho ou perdido um candidato, independentemente do código de barras partidário que o identifica ideologicamente, qualquer um que subir ao "trono" da Administração Pública responde a um único patrão: o povo. Patrão, diga-se, que vem deixando muito a dever a si mesmo, do topo do seu comodismo, afrouxando as rédeas em torno daqueles a quem elegeu não para mandar, mas para SERVIR. Porém, se o patrão deixa o seu negócio nas mãos dos prepostos que elege, sem mostrar-lhes quem realmente manda, os prepostos tomarão gosto pelo poder e, fatalmente, aliando-se aos que lhe seguem os interesses mais ocultos, encontrarão na política sem escrúpulos a forma mais que viável para alcançar os fins. 

Mais dia menos dia, os representantes e seus apoiadores, fortalecidos pela ganância e ébrios de poder, amiúde e muito sutilmente relegarão o patrão ao ostracismo da ignorância, encarecendo-o de verdades, alimentando-o com mentiras, iludindo-o com números e ações de bonita fachada, de modo a entorpecê-lo ante o muito por se fazer e neutraliza-lo ante a realidade dos processos políticos de hábil tendenciosismo que se valem os seus para alcançar objetivos menos lícitos.

  
O povo não deve temer seu Estado. O Estado é que deve temer o seu povo. (in V, de Vingança)

Sem o controle exercido pelo "patrão", a corrupção de seus prepostos - essa oculta sob camadas de sofisticação discursiva e ações paliativas pintadas com as cores de um salvacionismo utópico - enfraquecerá a alma do negócio. Sem que o "patrão" controle o que de direito, exigindo de seus representantes o cumprimento das garantias que lhe beneficiam e das quais ele é o guardião, a administração de seu negócio, então exercida por seus prepostos, será, toda ela, tomada pelo ímprobo, pelo malversador de recursos, pelo negligente, pelo prepotente e arrogante, pelo desumano. Pela recorrente omissão do "patrão", o que deveria ser inadmissível e insustentável torna-se regra: o negócio passa a ser utilizado como meio de se facilitar o enriquecimento de poucos às custas de outros tantos - sem emprego, sem  alimento, sem teto, sem saúde, sem dignidade humana - e perpetuar o poder de uma minoria sobre o verdadeiro e único maioral: o "patrão".
Três tipos humanos há no mundo:
Aqueles que, sabendo, agem;
aqueles que, tomando ciência,  assistem aos acontecimentos;
aqueles que, não vendo e tampouco sabendo, se espantam que tenha acontecido algo.
 



Embora o conhecimento da realidade não seja automático (um fenômeno que simplesmente "acontece") - pois para ver, não basta ter olhos, é preciso tomar a decisão de abri-los e, uma vez abrindo-os, permitir "simbiosizar-se" com as informações, valendo-se da razão como mecanismo integralizador -  o homem tem a opção de perceber a realidade em seus vários níveis (a aparência do aparente, a aparência do oculto, o oculto da aparência e o oculto do oculto) ou de fugir dela; tem a livre escolha de entendê-la, ampla e profundamente, ou de mascará-la com visionismos moldados "a sua imagem e semelhança".

Era uma vez quatro pessoas que se chamavam TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. Havia um importante trabalho a ser feito e TODO MUNDO acreditava que ALGUEM é que iria executá-lo. QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM o fez. ALGUEM ficou aborrecido com isso, porque entendia que a execução do trabalho era responsabilidade de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia executá-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO não o faria. TODO MUNDO culpou ALGUÉM, quando NINGUÉM Fez o que QUALQUER UM poderia ter feito!
(Texto extraído do livro O que podemos aprender com os gansos, de Alexandre Rangel. 7ª Edição, pg 178)



Ao "patrão" cabe conhecer a realidade do seu "negócio", tendo a frente a difícil tarefa de descobrir as características ou propriedades dos fatos e das pessoas como são, guardando consigo o discernimento necessário à prova maior de separar aquilo que pode mudar (idéias, ações, representantes) daquilo que não pode (a livre escolha de cada um). 


De tanto ter o governo que merece, um dia - mais dia ou não - o povo dará ao seu governo o que lhe for merecido.


Quando, enfim, o "patrão" voltará de férias e dará aos seus prepostos o merecido? 

Quiçá quando a poeira do liberalismo infiltrada nos órgãos administrativos se assentar após ter-lhes modificado o aspecto político?  

Ou quando tudo o que serve para falsear as administrações, inclusive as leis, forem por terra?

Quiça quando os dirigentes deixarem, por vontade própria, de atuar como testas-de-ferro de interesses opostos aos do seu "patrão"?

Ou quando quem os elegeu deixar de ser  escravo mental de um sistema brutalmente capital? 

Esse tempo - miraculosamente - chegará?

Quiçá quando o poder educativo da família e a formação de mentes independentes forem reduzidos a nada; e a pobreza, material e de espírito, for elevada a níveis cataclísmicos?

Ou, talvez, quando a cegueira do "patrão", absurda e irracional, jogada da direita para a esquerda ao embalar de decisões que lhe fogem do controle, e conduzida pela ignorância, medo, cupidez e ganância material (suas fraquezas), for explorada por aqueles que, desde o berço (familiar ou político), foram instruídos a tornar-se "dominadores"?

Mas  e se  - retoricamente 'e se' -... esse tempo chegou?

Scaramouche - o "patrão" - cumprirá o seu destino?
 





"Procurai a verdade, e a verdade
vos libertará"
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