3 de abril de 2013

Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os tenho, como sabê-lo? Assim disse Deus a Vinicius, seu poeta






Aquela historinha do Filho Pródigo que Jesus narrou, alguém lembra? Ah, sim, todos devem lembrar do "filho pródigo", aquele caçula irresponsável, malucão que saiu de casa levando o dim-dim do pai que ele receberia como herança, e gastou em bares, prostíbulos, casas de jogos, enfim, foi lá e fez a Las Vegas. Também lembram que o inconsequente ficou liso, mais um pouco não sabia onde cair morto e, pra não morrer de vez, foi lá se deixar explorar por um patrão cruel, que lhe dava de comer no meio da porcaria - literalmente, junto com os porcos. Também devem lembrar que o filho não suportou os maus-tratos e, envergonhado, voltou pra casa do pai, que... acreditem ou não, o recebeu de braços abertos.

E assim termina a historinha, né? Não! Aí é que ela começa. Pois quase todo mundo esquece o que poucos tomaram cuidado de lembrar: a atitude hostil do filho mais velho, que não só contrariou ao pai como, sejamos honestos, deve ter desejado lá no íntimo que o caçula tivesse se estrepado de vez. Afinal, ele tinha ficado ao lado do pai, sendo um filho obediente, enquanto o caçula curtia todas com o dinheiro do velho. Seria justo, não? Que o pai não recebesse o filho mais novo, que o deserdasse de vez, deixando-o apodrecer no mundo que já o tinha ensinado com quantos tolos se faz uma prisão.

Não, não seria. Não, ao menos, para os que se dizem cristãos. Porque a historinha que Jesus contou é uma via de mão dupla, uma delas mais sutil. De um lado, ela mostra os pecados da carne cometidos pelo caçula, por sua imaturidade; e de outro, os maiores pecados, os pecados da alma: a dureza de coração, a intolerância, a falta de bondade, de compaixão, o egoísmo, a farsa em nome de interesses mesquinhos... esses que o filho mais velho nos fez o favor de ilustrar.

O que nos leva...? A mim? A você? A todos os de nós, filhos "mais velhos", peritos em apontar o dedo na cara dos "caçulas", jogando um quilo de intolerância e ocultando meia tonelada de podridão moral? Ora... não diga! Jesus e suas "trolladas" geniais! Mais de 2000 anos deixando eu e você na saia justa - de espinhos!



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