26 de fevereiro de 2014

Nepau, Nepedra, Neofimdocaminho




Filhinho, filhinha, saiba, primeiro, que todos e cada um dos direitos constitucionais, dos fundamentais aos derivados, nascem dessa coisa "abominável" chamada DIREITOS HUMANOS.

O direito a uma vida digna, o direito à liberdade de expressão, à privacidade, o direito à função social da propriedade, o direito ao emprego e ao trabalho, o direito às férias, o direito à previdência, o direito à assistência social, o direito à saúde, à educação, o direito à associar-se pacificamente para manifestar-se contra o que há, o direito à greve, o direito a um meio ambiente saudável (embora, capitalisticamente impossível de conciliar, sejamos conscientes), o direito do consumidor, e mesmo o direito a ter direito a uma defesa caso você ou seu herdeiro cometa um deslize de conduta socialmente intolerado (afinal, atire a primeira quem nunca errou ou que não é passível de futuramente errar), enfim, todos os direitos humanos de primeira a quarta geração são o que, até hoje, garantem basicamente TUDO o que de bom ainda se tem, legalmente falando.

Direitos esses, aliás, que seus avós e seus pais LUTARAM para que VOCÊ pudesse usufruir, vá lá, de uma vida MENOS FODIDA. Direitos esses que, oh céus, não vemos sofrer alterações por iniciativa da nova geração - sinal de que são muito, muito, muito "ruins", não?

Até quando confundir direito humano com "conivência ao crime", quando todos nós, TODOS, somos moralmente responsáveis pelo LIXO de degredo e desumanidade que se amontoa aos milhões? Nós e nossa OMISSÃO, coisa até pior que uma ação direta lesiva, especialmente quando se tem a consciência do errado e do que se fazer para impedir ou atenuar os danos e investir em reais melhorias.

Não filhinhos, É O CARÁTER humano que precisa, urgentemente, de reparos, não aquilo que de mais nobre, em direito, o homem, levado por seu aprendizado histórico, criou de olho no futuro. Futuro que hoje é presente, presente que vai para o aterro sanitário de uma terrível regressão que eu restrinjo-me a chamar de "intelecto-moral".

Agora assim, se a moral desse "novo" miserável mundo de merda é detonar geral com cada coisa frutífera já construída, então VAMO BOTÁ PRA FUDÊ de uma vez por todas! Chega de lenga-lenga, de latideira de poodle, se é pra mudar, pro mal ou pro bem, vamo logo com isso! Tá bom de voltar aos tempos de velho oeste americano, não? Todo mundo armado, "brincando" de paintball, só que com balas de verdade.

Eu sou a favor.
Agora o bom é que ninguém mais se habilita.

6 de fevereiro de 2014

Havia um Delirium no fim do universo, no meio do verso havia um Delirium





Enquanto isso, em Sandman ...


Sonho: - Irmã, eu possuo responsabilidades. Eu não posso deixar o Sonhar neste momento. 

Delírio: - Você usa demais esta palavra. Responsabilidades. Você já parou para pensar alguma vez no que ela significa? Quero dizer, o que significa para você? Na sua cabeça?

Sonho: - Bem, eu uso para referir aquela área da existência sobre a qual eu excerto um punhado de controle e influência. No meu caso, o reino e o ato de sonhar.

Delírio: - Humpf. É mais do que isso. As coisas que fazemos causam Ecos. Suponha por instância que você está parado em uma esquina e admira um brilhante raio em forma de garfo. ZAP! Bem, por anos depois disso, as pessoas e coisas irão parar por ali, na exata mesma esquina para encarar o céu. Elas nem saberiam por o que estão procurando. Algumas delas podem ver um raio de luz fantasma na rua. Outras podem até mesmo ser mortas por ele. Nossa existência deforma a realidade. Isto é responsabilidade.

Sonho: - Delírio…?

Delírio: - Oh, eu sei sobre muitas coisas. As pessoas pensam que não, mas eu realmente sei. “Eu sei mais coisas sobre nós do que qualquer um de nós, e esta é apenas uma das coisas que sei.”

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Delírio é a mais jovem dos Perpétuos.

Ela cheira a suor, vinho azedo, noites tardias e couro velho.

Seu reino é próximo e pode ser facilmente visitado. As mentes humanas, porém, não foram feitas para compreender seu domínio, e os poucos que viajaram até ele conseguiram relatar apenas fragmentos perdidos.


O poeta Coleridge afirmou tê-la conhecido intimamente, mas o sujeito não passava de um mentiroso inveterado. Portanto, devemos duvidar de cada palavra sua.


Sua aparência, um amontoado de idéias vestidas no semblante da carne, é a mais variável de todos os Perpétuos. A forma e o contorno de sua sombra não têm relação com a de nenhum corpo que esteja usando. Ela é tangível como veludo gasto.


Alguns dizem que a grande frustração de Delírio é saber que, apesar de ser mais velha que as estrelas e mais antiga que os deuses, ela continua sendo eternamente a mais jovem da família, pois os Perpétuos não medem tempo como nós nem vêem mundos através de olhos mortais.


Um dia, Delírio também já foi Deleite. E, embora isso tenha sido há muito tempo, ainda hoje seus olhos têm matizes diferentes: um é verde-esmeralda bem vivo, salpicado de pontos prateados que se movem incessantemente; o outro é do mesmo azul que esconde sangue dentro de veias mortais.


Quem pode saber o que Delírio vê através de seus olhos desiguais?"