17 de novembro de 2013

Se não nós, quem?



É comum crescer ouvindo estereótipos racistas do tipo "preto quando não caga na entrada, caga na saída, e quando não caga na saída, deixa um bilhete dizendo "Cagarei depois". É comum crescer em ambientes familiar e escolar eivados de idéias e atitudes racistas. Ei, estamos no Brasil! Um dos países mais machistas, homofóbicos e racistas do mundo.

A criança não-negra cresce alimentada por pensamentos e comportamentos racistas, que de tão incorporados no modus vivendi da sociedade brasileira, viram rotina; e a criança negra cresce condicionada pelo comportamento social a ter aversão de seu biótipo e a odiar a si mesma por ser, externamente, quem é aos olhos de um mundo racista: um ser estigmatizado com atributos que o tornam inferior em relação aos de sua RAÇA HUMANA.

Sim, porque é isso o que somos, uma só raça, com biótipos diferentes. Einstein estava certo, e o tempo confirmou.

Então, você me pergunta se a aversão/restrição a negros o torna ruim, ao que eu digo: melhor não torna.

A aversão poderia transforma-lo em criminoso, se, tomado pelo sentimento racista, você prejudicasse alguém em razão de sua negritude.

Enquanto o racismo for um sentimento desconstrutivo mantido nas rédeas do auto-controle, não passará de um "pré-julgamento errôneo de foro íntimo". O ideal, no entanto, é trabalhar em si mesmo a desconstrução do racismo. A partir do momento em que deixamos para trás a condição de crianças, orientadas pela cabeça e conduzidas pelas mãos dos adultos, conquistamos o direito de pensar e de agir por nós mesmos bem como a responsabilidade sobre nossos pensamentos e ações. Se crescemos ouvindo comentários racistas e vendo práticas racistas, ao ponto de introjetarmos o sentimento de aversão, e se, mesmo quando adultos conscientes dos próprios atos, damos continuidade a esses velhos hábitos, embora sabendo que são ruins, a conclusão é mais que óbvia: passamos de vítimas a cúmplices.

O fato é: se sabemos que estamos equivocados, por que perseverar no erro, afinal?

Identidades podem ser desconstruídas. A de um racista está entre elas.

Boa vontade, esclarecimento, condicionamento mental e envolvimento com a realidade sócio-cultural negra (e com seus problemas e necessidades) são a "mais-valia" da formação de boas práticas de inclusão das diversidades. Como dizem os mestres yogis: Pratique, preocupe-se com a teoria depois.




Coisas que desenterramos do passado, em: Formspring.me

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