2 de janeiro de 2010

Que merda, a verdade nos libertará! Ou, "isso é uma vergonha!"


"Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho." (Declaração, sincera e franca, do âncora do "Jornal da Band", Boris Casoy, sobre a imagem de garis desejando felicidades aos telespectadores da Band, e que, acidentalmente oportuno, vazou durante a transmissão do programa, no último dia de 2009.)


Nada melhor que começar o ano com a verdade! É ela, afinal, que "nos liberta"! Liberta o que há de "melhor" em nós e... nos outros.

Vejamos o "bom" e velho Boris: ele disse o que verdadeiramente pensa sobre humildes trabalhadores braçais (e que muitos como ele, à luz da verdade, também pensam e comentam aos grupos), e seu pensamento "escapuliu" para todo o Brasil ouvir. Fatalidade? Não. Foi a luz da verdade iluminando o coração do povo brasileiro.

“Eu não penso assim. Falei uma bobagem sem pensar, e o jornal deveria estar fora do ar. A frase foi ofensiva, por isso me desculpei”. ("Justificativa" de Boris Casoy à coluna “Zapping’, atribuindo a "gafe" a uma “falha técnica” do Jornal).
Certamente que ele não pensa assim: o microfone ligado é que pensa e fala por ele.


Mas, pensando bem, ele não teria que se desculpar. Afinal, é o que ELE pensa, não? Como dizia o velho 'deitado', "você é o que você pensa", logo... pedir desculpas por ser o que se é não faz a menor diferença.



Não faria diferença para o que Boris é, por exemplo, se dissessem a ele o mesmo que ele disse aos garis, numa paráfrase mais ou menos assim:

"Que merda... receber felicitações de Ano Novo de Boris Casoy! Um pseudo-intelecual, um elitista jornalista de quinta, do alto de sua "âncora" enferrujada... O mais baixo da escala do Jornalismo."


Ou faria?



Bueno, talvez fizesse diferença se nos eximissemos da responsabilidade sobre nossos pensamentos, alegando "falha técnica" ("Não fui eu, foi meu eu-lírico!"; "A culpa é dos gigantes que tolamente teimam em chamar de moinhos de vento!"; "Sem dúvida, foi uma falha técnica de um neurotransmissor"; "Eu não estava aqui... quando o ente espiritual incorporou em mim").


Despejar a culpa na "técnica" não seria a verdade, mas nos libertaria da
vergonha pública de transparecermos o que pensamos quando os microfones estão desligados.


Porém, graças à verdade não silenciada, de agora em diante Casoylito poderá falar de "vergonha" com mais propriedade.


Ou não. O mais provável é que não. Afinal, quem disse que transcender o ego é tarefa simples? E quem se importa, não? Viver mais do mesmo do ser humano é a maior das promessas e realizações para este novo ano - e para os próximos... pelos séculos dos séculos... Amém? Em parte: nem tantos séculos assim no que depender do homem.



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