Lições mesoméricas de V, de Venetta*
Aprendi
que, não importa o que pensem e o que digam de você, o que importa é o que você
pensa de si mesmo e o que faz a partir disso.
Aprendi
que vale a pena tentar, sem medo de errar, a passar a vida sem nunca saber se
conseguiria, por medo de falhar.
Aprendi
que ser honesto consigo, com as pessoas e com as circunstâncias que se
apresentam tem um preço, e ele tende a ser alto, mas, ainda assim, um preço
válido a pagar.
Aprendi
que amar não tem preço, mas tem valor, e que somente os capazes de arriscar
todos os seus haveres, de renunciar e sacrificar ao que lhes é mais caro,
conseguem alcançar.
Aprendi
que no fundo de cada poço existe uma mola, um trampolim, uma corda, uma
colher... com a qual se pode cavar a saída - e um ancião invisível, oculto nas
sombras, ensinando o que é preciso para percorrer o caminho de volta.
Aprendi
que o limite de cada queda continua sendo o chão em que se pisa e que, por mais
quedas que se leve, sempre é possível erguer-se sobre esse sólido chão que nos
sustenta.
Aprendi
que recolher-se no escuro da alma e lá ficar pelo tempo necessário pode
parecer, ao mundo, uma total perda de tempo e um sinal de fraqueza, mas
representar, para quem interessa, a expansão do universo interior.
Aprendi
que, não importa o quanto lhe apressem, as melhores coisas se fazem quando a
alma move de lugar - e ela sempre sabe quando e para onde.
Aprendi
que consequências são inevitáveis, assim como as escolhas que levam à elas.
Aprendi
que, fechando so olhos, é possível enxergar as muitas estrelas e mundos dentro
de si - e ouvir a música das esferas.
Aprendi
que as pressões externas impulsionam a mente para frente e para o alto, quando
se enxerga nelas desafios instigantes, não problemas.
Aprendi
a aceitar as lágrimas e a dar vazão às gargalhadas.
Aprendi
que a música é a melhor amiga do silêncio.
Aprendi
que a imaginação é a parceira mais querida do Conhecimento, e que a Ciência é libertária,
sobretudo se acompanhada pela Sabedoria.
Aprendi
que há pouco tempo neste espaço para se levar as coisas efêmeras a sério e
dedicar às coisas negativas mais atenção que merecem - e que é só o tempo de
aprender a contorná-las.
Aprendi
que a única afetação positiva é a de alegria, e que todo o resto não passa de
escândalo - e que escândalos me cansam.
Aprendi
que pré-julgar é para os que não sabem conhecer, que julgar é um risco que os
sábios costumam evitar, e que compreender costuma ser mais medicinal que
condenar.
Aprendi
que "basta estar vivo para correr perigo" e que para tudo se deve
contar consigo, mas aceitar, agradecido, a solidariedade de quem vem em seu
auxílio - e ser solidário em troca, porque tudo no universo é compensação e,
das 'moedas de escambo', a solidariedade tem mais valor.
(...)
Confirmei,
enfim, que a aprendizagem vem sempre e quando o Discípulo Interno alcançou o
Entendimento imprescindível para ouvir o que a Sabedoria tem a dizer em seu
enigmático Silêncio dialogador.
"Uma vez saboreados os segredos, tereis um forte desejo de os compreender"
(*) Coisas que se vê em Atreva-se. Ask me-ish.
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