A minha infância foi assim:
Meninas colecionavam bonecas, eu, cicatrizes; meninos corriam como o vento, eu voava com ele.
Meninas vestiam suas bonecas, eu as despia e as abria como um "perito cirurgião"; meninos agitavam pipas, eu, os últimos galhos das mais altas árvores.
Meninas morriam de medo de sangue, eu me orgulhava de cada gota derramada; meninos eram ágeis no pega-pega, eu era hábil em ofuscá-los e mais veloz ao ultrapassá-los.
Meninas e meninos choravam ao se machucarem; eu me surpreendia, registrava os danos e sorria (exibindo um dente como troféu e um ferimento feio como se nada).
Meninas brigonas batiam e apanhavam, eu, lia estratégias de guerra e manipulava; meninos liam revistas pornôs e meninas, o horóscopo do dia; eu absorvia a 'sensualidade' das ciências e da poesia.
Meninas e meninos brincavam de esconde-esconde, eu, de camuflagem, infiltração e escapismo (rastejando nas sombras, entrando e saindo das casas como um ninja).
Meninas pintavam o rosto para os meninos, eu, para os jogos de guerra; meninos suspendiam as saias das meninas, eu já vestia bermuda por baixo.
Meninas fofocavam entre si, eu ouvia atentamente o que os livros tinham a dizer. Meninos lutavam entre si, eu observava serenamente a plasticidade e estética dos movimentos.
Meninas e meninos pintavam o sete, eu... pintava cadernos, cartolinas, telas e paredes, olhando para o céu e pensando: Você vai ser o próximo.
Meninas e meninos aprendiam a entender a natureza do aparente, eu, a antever as chaves de acesso do conhecimento oculto em tudo presente.
Meninas, meninos e eu tínhamos algo em comum:
Éramos imortais. Um dia, quem sabe, Eternos.
Meninas colecionavam bonecas, eu, cicatrizes; meninos corriam como o vento, eu voava com ele.
Meninas vestiam suas bonecas, eu as despia e as abria como um "perito cirurgião"; meninos agitavam pipas, eu, os últimos galhos das mais altas árvores.
Meninas morriam de medo de sangue, eu me orgulhava de cada gota derramada; meninos eram ágeis no pega-pega, eu era hábil em ofuscá-los e mais veloz ao ultrapassá-los.
Meninas e meninos choravam ao se machucarem; eu me surpreendia, registrava os danos e sorria (exibindo um dente como troféu e um ferimento feio como se nada).
Meninas brigonas batiam e apanhavam, eu, lia estratégias de guerra e manipulava; meninos liam revistas pornôs e meninas, o horóscopo do dia; eu absorvia a 'sensualidade' das ciências e da poesia.
Meninas e meninos brincavam de esconde-esconde, eu, de camuflagem, infiltração e escapismo (rastejando nas sombras, entrando e saindo das casas como um ninja).
Meninas pintavam o rosto para os meninos, eu, para os jogos de guerra; meninos suspendiam as saias das meninas, eu já vestia bermuda por baixo.
Meninas fofocavam entre si, eu ouvia atentamente o que os livros tinham a dizer. Meninos lutavam entre si, eu observava serenamente a plasticidade e estética dos movimentos.
Meninas e meninos pintavam o sete, eu... pintava cadernos, cartolinas, telas e paredes, olhando para o céu e pensando: Você vai ser o próximo.
Meninas e meninos aprendiam a entender a natureza do aparente, eu, a antever as chaves de acesso do conhecimento oculto em tudo presente.
Meninas, meninos e eu tínhamos algo em comum:
Éramos imortais. Um dia, quem sabe, Eternos.
lindo!! *o*
ResponderExcluiré seu?
Gostou? Sim, é meu. Um pequeno recorte da minha infância e pré-adolescência, nos saudosos anos 80.
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