Uma das maiores histórias e permanente incógnita para os estudiosos teve uma nova reviravolta, desta vez partindo de Hollywood.
The Exodus Decoded ("O Êxodo Decodificado" ou “Êxodo Decifrado”), um documentário de 95 minutos produzido em 2006, no Canadá, e orçado em 4 milhões de dólares, teve como produtor executivo o cineasta James Cameron (diretor de Titanic) e como diretor Simcha Jacobovici, conhecido do público graças a outro polêmico documentário, o The Lost Tomb of Jesus (“O Túmulo Perdido de Jesus”) – no qual afirma que Jesus e os seus descendentes foram sepultados em Jerusalém.
Desta vez,
Jacobovici, patrocinado por Cameron, voltou a causar polêmica ao apresentar
provas arqueológicas sobre a veracidade do Êxodo.
De acordo com o Velho
Testamento bíblico, os hebreus fugiram do Egito em direção à Palestina tendo
Moisés por guia, numa jornada conhecida como o Êxodo. Embora Historiadores
contestem o episódio ou levantem dúvidas acerca de sua existência, neste
documentário, a partir de evidências históricas e explicações científicas,
Simcha e James Cameron apresentam de forma impressionantemente
lógica indícios que apontam para a confirmação de alguns dos episódios mais
dramáticos do Velho Testamento: a divisão do Mar Vermelho e o êxodo judeu do
Egito.
Montando os fatos históricos como um grande quebra-cabeças unido por
explicações científicas geológicas e relíquias arqueológicas, diretor e
produtor apresentam provas históricas da existência de Moisés, do desencadear
de fenômenos naturais conhecidos como “dez pragas do Egito” e divisão do Mar
Vermelho, do êxodo do povo judeu, e da localização do Monte Sinai, em um
documentário finamente elaborado.
Nele, Jacobovici começa nos falando da existênica da múmia do Faraó Ahmoses
(nome que, em grego, significa “irmão de Moisés”, e em Copta é Ahmés), exibindo
a imagem mortuária do antigo soberano preservada no Museu do Cairo.
Curiosamente, há indícios de que no reinado de Ahmoses, o Faraó, após ter subjugado os hicsos (povo de origem semita que invadiu o
Delta do Nilo e por lá fixou-se), entrou em um estranho acordo com o povo
bárbaro, permitindo que o mesmo deixasse o país com seus bens, sem sofrer
danos. Os hicsos teriam ido para a Judéia, onde construíram Jerusalém
(Flavio Josefo, historiado judeu do século I a.C, em Contra Apião, Vol.
I, pág. 73-105 § 14-6; pág. 223-232 § 25-6).
Especulando que os
Filhos de Israel que tentavam fugir da escravidão em busca da Terra Prometida,
eram na realidade membros das tribos Hicsos, que governaram o Egito entre 1640
e 1540 a.C, Jacobovici situa a fuga do povo de Israel do Egito não em 1270 a.
C., como é aceite, mas sim 300 anos antes, por volta de 1500 a.C. Tais
afirmações baseiam-se em pinturas desse período, nas quais as figuras são
semelhantes às descrições bíblicas de Jacob e José, seu filho (que tornou-se
Grão Vizir do Egito e cujo selo real talhado no anel que o Faraó lhe dera, fora
encontrado em vários objetos, inclusive como selo dos oficiais a seu comando).
Conta-nos também Jacobovici, que o filho primogênito do Faraó Ahmoses teria
morrido com apenas 12 anos de idade em decorrência de uma “epidemia”, e
apresenta-nos a imagem da múmia. Mais adiante, Jacobovici traça uma linha
ligando a morte do primogênito do Faraó Ahmoses com a morte de várias crianças
egípicias que teriam morrido no mesmo período, devido a uma “epidemia”, sendo
todos meninos – o que nos leva a décima “praga do Egito” e a sua decodificação
segundo a ciência.
Ressalte-se que em
artigo para a Biblical Archaelogical Review, o arqueólogo austríaco
Manfred Bietak, cujas descobertas foram usadas por Jacobovici, afirmou que o
realizador as tirou do contexto e garantiu que até o momento ainda não há
provas de que o Êxodo tenha ocorrido 300 anos antes da data aceita.
AS PRAGAS ‘NATURAIS’
Para explicar as “pragas do Egito”, Jacobovici começa nos contando que
provavelmente uma erupção vulcânica no arquipélago grego de Santorini ativou
uma cadeia de catástrofes naturais que na Bíblia ficaram sendo conhecidas como
as "Dez Pragas" que Deus enviara ao Egito como castigo por escravizar
os judeus.
Jacobovici em parceria com Cameron afirma que existem, pelo menos, uma dúzia
de relíquias arqueológicas que sugerem que o êxodo aconteceu três séculos mais
cedo que os estudantes bíblicos calculam. Pela reinterpretação em arte dos
museus em Luxor, Cairo, Atenas e em outros lugares, Jacobovici especula que o
êxodo teria acontecido por volta de 1.500 a.C. Esse período estaria
compreendido na faixa temporal em que alguns geólogos acreditam que um vulcão
localizado a 650 km ao norte do Egito, numa ilha vulcânica chamada Santorini,
situada ao extremo sul do grupo das Cíclades, no Mar Egeu, e a cerca de 200 km
a sudeste da cidade de Atenas, entrou em erupção no mediterrâneo oriental,
ocasionando o que cientistas e historiadores especulam ter sido uma série de
catástrofes naturais, conectadas e desencadeadas como em um “efeito dominó”,
uma após a outra.
Em suma, o Delta do Nilo, onde situava-se o reinado faraônico e habitavam
os israelitas, era, naquele período geológico, um canteiro de atividades
vulcânicas e transformações geofísicas.
Interessantemente, os fragmentos de uma estela com hieróglifos egípicios (e
que na época da produção do documentário, encontrava-se escondida no porão do
Museu do Cairo, por motivos “desconhecidos”) trazem narrações descritivas que
coincidem com as descrições bíblicas sobre as “pragas” e a “fuga do povo
hebreu”, porém do ponto de vista egípcio.
Com base em explicações geológicas e um fato semelhante registrado no ano
de 1986, Jacobovici e Camerom especulam que as águas dos rios egípcios teriam
se tornado vermelhas com a liberação de substâncias químicas (como o dióxido de
ferro) após tempestades sísmicas subquáticas ocasionadas pela intensa atividade
vulcânica em toda a região. Em 1986, algo semelhante aconteceu em lagos de
Camarões, colorando as águas de vermelho-marrom e envenenando-as com o excesso
de gases expelidos através de fissuras subquáticas.
Com as águas do Nilo envenenadas, peixes teriam morrido (como aconteceu em
Camarões e conforme nos diz uma das pragas egípicias), e os anfíbios teriam
saltado para as margens do rio, em busca de ar, produzindo assim outra das dez
pragas bíblicas (quando rãs cobrem a terra). Quando as rãs morreram, a
putrefação e decomposição de seus corpos teriam fomentado a produção de uma
superpopulação de insetos, especialmente piolhos e moscas, o que nos levaria às
quatro pragas onde “mosquistos atormentam homens e animais”, “moscas escurecem
o ar e atacam homens e animais”, “peste atinge animais”, e “pústulas cobrem
homens e animais”.
Jacobovici também lembra que as águas enveneadas por gases naturais (como o
dióxido de ferro) causam feridas no corpo, como bolhas de sangue e pús, tal
como aconteceu em muitos dos habitantes de Camarões, nos idos de 1986.
A partir das intensas revoluções geofísicas se operando no Delta do Nilo, as
condições climáticas sofreram mudanças severas. A chamada “chuva de granizo”,
que destruiu plantações inteiras, teria decorrido do choque entre o vapor e
fumaça espelidos pelo vulcão e a umidade da atmosfera. O calor intenso
combinado ao frio atmosférico pode criar não apenas granizo como tempestades
elétricas torrencias que, para os antigos, poderiam assemelhar-se a fogo caindo
do céu.
No documentário, seus produtores apresentam como especulação mais próxima
da realidade, a de que a “nuvem de gafanhotos” que atacou as plantações (como
sendo uma das pragas do Egito), teria sido consequência de ráfagas de ventos
que sopravam em direção ao Cairo (uma vez que o clima sofria os efeitos das
mudanças geológicas), ocasionando a migração de milhares de gafanhotos para lá.
A “Escuridão” que teria encobrido o Sol por três dias é apresentada como
supostamente uma ação decorrente das nuvens de fumaça expelidas pelo vulcão
Santorini e que chegavam a 37km de altura, bem como dos gases tóxicos lançados pelo
vulcão e de tempestades de areia ocasionadas pela agitação climática, formando
uma escuridão que os judeus chamavam de “escuridão palpável”, assemelhado-se metaforicamente à uma escuridão eclipsadora.
Paralelo a isso e
como conseqüência natural da ação vulcânica subterrânea, o Delta do Nilo teria
sido assolado pela emissão de gases químicos que até
então estariam contidos no rio Nilo, misturados à água subquaticamente (tal
como o dióxido de ferro, que teria avermelhado a água), e que teriam subido à
sua superfície em forma de bolhas, após abalo sísmico que pertubara a mansidão
das águas, ocasionando que os gases viessem à tona.
Com base nas explicações geológicas e no fato histórico ocorrido em
Camarões, em 1986, Jacobovici levantou a hipótese de que o lençól gigante de
gases venenosos assolou toda a região ao redor do Nilo, sendo uma das causas
possíveis da morte das crianças egípicias (a “décima praga do egito”, a morte
dos primogênitos egípcios). Nos acontecimentos naturais que envolveram a
população de Camarões no ano de 1986, foi registrado algo impressionantemente
parecido: da população que habitava próxima aos lagos envenenados, todos
aqueles que dormiram rente ao chão amanheceram mortos, contaminados com os
gases emitidos pelos lagos; o mesmo acontecendo com animais terrestres, como
bois, cabras e galinhas.
De acordo com as informações históricas repassadas pelo documentário,
naquela época, as crianças egípcias dormiam no térreo e outras em porões
(quando se tratava de habitações de um piso ou dois). Possivelmente, no período
em que os gases inundaram a cidade como uma névoa densa e venenosa, os judeus
estariam em vigília, comemorando a Páscoa, enquanto muitos egípcios estariam
dormindo. Essa explicação, segundo Jacobovici, casa com a descoberta de vários
corpos de crianças, todas do sexo masculino, encontrados em valas improvisadas,
como se houvessem sido enterradas emergencialmente, como se se tratassem de
vítimas de alguma “doença epidêmica”.
Não custa lembrar que uma outra hipótese recorrente entre os historiadores
e arqueólogos é a de que a “praga” dos insetos e gafanhotos teria espalhado
enfermidades nos homens, feridas e doenças nos animais, e que isso teria
ameaçado as colheitas, forçando os egípcios a armazenarem os grãos para
consumo, os quais poderiam ter mofado, tornando-se comida estragada. A hipótese
de comida contaminada também poderia responder pela praga das mortes entre os
primogênitos egípcios.
A DIVISÃO DO ‘MAR DE JUNCOS’
De acordo com a Bíblia,
Moisés separou as águas do Mar Vermelho para permitir a fuga do povo hebreu do
Egito rumo à Palestina. Segundo Simcha Jacobovici o fenômeno foi provocado por
uma erupção vulcânica na ilha grega de Santorini.
Primeiramente, o documentário nos diz que o episódio não aconteceu no Mar
Vermelho exatamente, mas no pequeno Mar de Juncos, hoje uma área pantanosa no
fim do norte do Golfo de Suez. Segundo as especulações de Jacobovici e Cameron,
com base na análise de geólogos, a divisão do Mar de Juncos (que teria se
tornado vermelho por conta da ação dos gases nas águas da região do Delta do
Nilo, e daí o fato de ter sido chamado de “mar vermelho”, sem ser o Mar
Vermelho propriamente) pode ter sido causada por uma fissura provocada por um
abalo sísmico que abriu uma fenda no pequeno mar, fazendo suas águas verterem
em outra direção, possibilitando a travessia dos judeus “a pé enxuto”. Em
consequência das tempestades sísmicas subquáticas, um tsunami teria se formado,
destruindo o exército do faraó quando este perseguia os judeus em fuga.
O website do documentário argumenta que uma série de terremotos pode ter "desestabilizado
o sistema inteiro do Delta do Nilo e resultou em parte no deslize do delta para
fora da placa continental africana”. Isto teria elevado o nível de terra ao
redor do Mar de Juncos, acreditando assim ter formado um pântano de água
salgada ao redor de El Balah, o já extinto lago.
“Em outras palavras, o mar se abriu” diz o website. “A água teria cascateado de terra alta para terra baixa...
proporcionando terra seca pela qual os Israelitas poderiam cruzar. Este evento
também teria causado um enorme 'fenômeno na água', um verdadeiro tsunami. Se as
ondas entraram em meros 12 km no interior da área elas teriam destruído o
exército egípcio.”
AS RELÍQUIAS PERDIDAS
Jacobovici afirma ter
encontrado o verdadeiro Monte Sinai em que Moisés teria recebido os dez
mandamentos divinos. O monte ficaria ao norte do local atualmente reconhecido,
num lugar chamado Hashem-el-Tarif, o qual, em sua opinião, corresponde
perfeitamente à descrição bíblica.
Mas, talvez, a mais
incitante de todas as 'revelações' tenha sido deixada propositalmente para o
final. Trata-se de, nada mais nada menos, que a possível prova material da
existência da lendária Arca da Aliança, o cofre em ouro construído pelos
hebreus durante os 40 anos de êxodo, que teria abrigado os 10 mandamentos
ditados a Moisés, cuja suposta imagem em miniatura, também esculpida em ouro,
encontra-se no Museu Arqueológico Nacional de Atenas, Grécia, datando de 3.500
anos, podendo constituir uma prova tangível da história bíblica.
À essa altura,
qualquer semelhança entre a história e a ficção pode já não ser mera
coincidência, e, a exemplo do filme "Indiana Jones e os Caçadores da Arca
Perdida", a arca não somente tenha existido como ainda existe, podendo
estar hibernando sob as areias do Egito ou dentro de uma gruta ateniense, como
uma vez esteve esquecida em um imenso depósito de quinquilharias, no filme de
Spielberg.
E se...? E se...?
Bueno, que tal assistir o documentário para tirar suas próprias conclusões?
Para fazer o download
do documentário (legendado em português), visite o blog:
Para assistir o
documentário (também legendado em português), visite:
parece bom, vou baixar.
ResponderExcluirvaleuz pela dica!
eu tava querendo esse documentario! falei sobre ele com os amigos e fiquei de baixar mas acabei esquecendu. muito bom! \0/
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