Solstício de Verão
Pulha: - "Toda a nossa existência é fundamentada tão somente no presente, no fugaz presente", assim falou Schopenhauer em "O Vazio da Existência".
Poia: - ...
Pulha: - "... Num mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um acrobata em uma corda – em tal mundo, a felicidade é inconcebível..."
Poia: - (...)
Pulha: - "... nenhum homem é feliz; luta sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão..."
Poia: - Como diria o grande filósofo de botequim, o presente da existência humana é como um imenso mar de excremento no qual estamos todos mergulhados, uns afundados até o pescoço, outros submersos. Os que ainda conseguem ver acima do mar têm noção de sua condição, embora isso não os torne melhor que os outros.
Pulha: - ...
Pulha: - ...
Solstício de Inverno...
Pulha: - Notícias do presente como ele é: Pai mantém filha em cativeiro por 24 anos e tem com ela sete filhos... médico é excomungado por fazer aborto em menina de 11 anos, estuprada pelo padrasto... países ricos levam toda a 'plata' de países pobres enquanto escavam as riquezas em 'seus quintais'... bombas israelenses queimam palestinos, bombas norte-americanas riscam o céu iraquiano... balas perdidas matam crianças no Rio (cuja média de mortalidade por violência ao dia é praticamente a mesma do Iraque em tempos de guerra)... de 1985 a 1994, estima-se que 378 mil pessoas morreram por ano em virtude de guerras na Bósnia, Zimbábue, Bangladesh, Guatemala, Geórgia, Etiópia, Filipinas, Namíbia, Laos, Congo, Vietnã, Mianmar e Sri Lanka... no mundo, guerras e conflitos armados assassinam centenas de milhares de seres humanos ao ano, indiscrimidamente... em todo o planeta, desigualdades sociais produzem 1 bilhão de seres humanos em condições de miséria absoluta...
Pulha: - Assim profetizou Goerge Orwell: Paz é o novo nome da Guerra. Guerras não existem para ser vencidas, mas para ser contínuas...
Pulha: - Diante do vazio presente, o subterrâneo humano e aquilo que a humanidade prefere ocultar de si mesma: o absurdo, o nada existencial.
Poia: - ... como diria Buddha, não é preciso olhar para o mar de excremento no qual o homem está imerso, basta olhar-se a si mesmo.
Pulha: - Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário