Quase
14 milhões de desempregados e mais de 10 milhões passam fome, segundo o
IBGE. Além dos números do desemprego e da fome, que crescem acelerados,
o subdesenvolvimento social se agiganta ainda mais com 41,1% da
população trabalhadora vivendo de subemprego (leia-se, sem renda fixa e
direitos), ou seja, 38,8 milhões de brasileiros sobrevivendo da
informalidade (dados de setembro de 2019).
No Twitter,
o presidente faz questão de culpar o petê, dizendo que tudo o que
acontece hoje é responsabilidade do partido dos trabalhadores. O partido
em questão não está no poder desde 2016, mas, segundo o presidente
ultradireitista, que prometeu mundos e fundos em 2018 e nada fez em
quase 2 anos de governo, são os fantasmas de Lula e Dilma que o impedem
de governar como o salvador da pátria que seus seguidores acreditam ser.
O engraçado é que o governo Lula assumiu a gestão de um país
quebrado, em recessão econômica e subdesenvolvimento humano alarmante,
sem nenhuma credibilidade internacional e devendo ao FMI até os
fundilhos furados, mas, em vez de chorar a má gestão direitista desde
Getúlio, focou esforços na solução de problemas e em medidas plausíveis
de crescimento sócio-econômico aplaudidas internacionalmente. Não é fake
news, são fatos que a História do Brasil conta em números, documentos,
obras, serviços e mudanças percebidas.
E o que o chefe do clã
Bolsonaro fez até aqui pelo país, além de servir aos interesses dos EUA e
dos cartéis econômicos e religiosos?
- Não investiu em Educação, pelo contrário, foi um dos que assinou o congelamento orçamentário por 20 anos;
- Não investiu na Saúde, pelo contrário, fatiou verbas e mostra
descaso total com a pandemia, a qual chama de "gripezinha" e "fantasia
da mídia" (porém, gastando bilhões na compra da cloroquina dos EUA, que o
próprio governo trumpista descartou);
- Não reduziu o valor do dólar em real, pelo contrário, a moeda nacional segue em queda, desvalorizada;
- Não diminuiu o preço da gasolina e do gás de cozinha (a eles
juntaram-se o preço da carne e do arroz e de outros itens essenciais da
cesta básica, devido ao abuso inflacionário);
- Não impediu a reforma previdenciária que disse ser contra;
- Não fez o mercado interno crescer (empresas fecham, multinacionais
retiram suas filiais, o pequeno comerciante é excluído da "receita
milagrosa" de Paulo Guedes);
- Não aumentou o PIB, como Guedes
disse que faria, pelo contrário, o Produto Interno Bruto vem caindo
alarmantemente e mesmo sem a pandemia já vinha despencando;
-
Não economizou mesmo com cortes e reduções, pelo contrário, gastou com
cartão corporativo o que nenhum outro presidente fez, com emendas
parlamentares (compra de votos nas duas reformas e apoio do centrão de
Rodrigo Maia), com falsa propaganda, com criação de novos cargos
comissionados para militares;
- Não trouxe novos investimentos ou expandiu os que tínhamos, mas os colocou em risco;
- Não acabou com a corrupção e a mamata, pelo contrário, reafirmou;
- Não agiu com impessoalidade, pelo contrário, intervém nas polícias e compra o apoio de militares com privilégios;
- Não reduziu a dívida pública, pelo contrário, pretende fazer a
reforma administrativa deixando juízes, parlamentares e militares de
fora (os que ganham maiores salários, até acima do teto);
- Não cobrou sonegadores que devem bilhões aos cofres públicos, pelo contrário, os anistiou;
- Não aumentou a credibilidade do país lá fora, faz questão de perdê-la.
O projeto que Bolsonaro assina é o mesmo de Pinochet, a quem admira, e
que sucateou o Chile, entregando-o de bandeja às empresas e
especuladores, que capitalizaram até a última gota dos direitos civis.
É como a série brasileira 3%, estamos chegando lá: com o "Brasil acima
de tudo e Deus acima de todos" - o Brasil excludente, reservado a 3%; o
deus capital, que exclui o pobre do paraíso. Well done, brazilians!
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