18 de setembro de 2020

Caostopia se retirou, achou demais até pra ela

Quase 14 milhões de desempregados e mais de 10 milhões passam fome, segundo o IBGE. Além dos números do desemprego e da fome, que crescem acelerados, o subdesenvolvimento social se agiganta ainda mais com 41,1% da população trabalhadora vivendo de subemprego (leia-se, sem renda fixa e direitos), ou seja, 38,8 milhões de brasileiros sobrevivendo da informalidade (dados de setembro de 2019).

No Twitter, o presidente faz questão de culpar o petê, dizendo que tudo o que acontece hoje é responsabilidade do partido dos trabalhadores. O partido em questão não está no poder desde 2016, mas, segundo o presidente ultradireitista, que prometeu mundos e fundos em 2018 e nada fez em quase 2 anos de governo, são os fantasmas de Lula e Dilma que o impedem de governar como o salvador da pátria que seus seguidores acreditam ser.

O engraçado é que o governo Lula assumiu a gestão de um país quebrado, em recessão econômica e subdesenvolvimento humano alarmante, sem nenhuma credibilidade internacional e devendo ao FMI até os fundilhos furados, mas, em vez de chorar a má gestão direitista desde Getúlio, focou esforços na solução de problemas e em medidas plausíveis de crescimento sócio-econômico aplaudidas internacionalmente. Não é fake news, são fatos que a História do Brasil conta em números, documentos, obras, serviços e mudanças percebidas.

E o que o chefe do clã Bolsonaro fez até aqui pelo país, além de servir aos interesses dos EUA e dos cartéis econômicos e religiosos?
- Não investiu em Educação, pelo contrário, foi um dos que assinou o congelamento orçamentário por 20 anos;

- Não investiu na Saúde, pelo contrário, fatiou verbas e mostra descaso total com a pandemia, a qual chama de "gripezinha" e "fantasia da mídia" (porém, gastando bilhões na compra da cloroquina dos EUA, que o próprio governo trumpista descartou);

- Não reduziu o valor do dólar em real, pelo contrário, a moeda nacional segue em queda, desvalorizada;

- Não diminuiu o preço da gasolina e do gás de cozinha (a eles juntaram-se o preço da carne e do arroz e de outros itens essenciais da cesta básica, devido ao abuso inflacionário);

- Não impediu a reforma previdenciária que disse ser contra;

- Não fez o mercado interno crescer (empresas fecham, multinacionais retiram suas filiais, o pequeno comerciante é excluído da "receita milagrosa" de Paulo Guedes);

- Não aumentou o PIB, como Guedes disse que faria, pelo contrário, o Produto Interno Bruto vem caindo alarmantemente e mesmo sem a pandemia já vinha despencando;

- Não economizou mesmo com cortes e reduções, pelo contrário, gastou com cartão corporativo o que nenhum outro presidente fez, com emendas parlamentares (compra de votos nas duas reformas e apoio do centrão de Rodrigo Maia), com falsa propaganda, com criação de novos cargos comissionados para militares;

- Não trouxe novos investimentos ou expandiu os que tínhamos, mas os colocou em risco;

- Não acabou com a corrupção e a mamata, pelo contrário, reafirmou;

- Não agiu com impessoalidade, pelo contrário, intervém nas polícias e compra o apoio de militares com privilégios;

- Não reduziu a dívida pública, pelo contrário, pretende fazer a reforma administrativa deixando juízes, parlamentares e militares de fora (os que ganham maiores salários, até acima do teto);

- Não cobrou sonegadores que devem bilhões aos cofres públicos, pelo contrário, os anistiou;

- Não aumentou a credibilidade do país lá fora, faz questão de perdê-la.

O projeto que Bolsonaro assina é o mesmo de Pinochet, a quem admira, e que sucateou o Chile, entregando-o de bandeja às empresas e especuladores, que capitalizaram até a última gota dos direitos civis.

É como a série brasileira 3%, estamos chegando lá: com o "Brasil acima de tudo e Deus acima de todos" - o Brasil excludente, reservado a 3%; o deus capital, que exclui o pobre do paraíso. Well done, brazilians!

 



 

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