- Tenho forte
inclinação ao anarquismo, mas me identifico com o pensamento
"esquerdista".
- Oh, sim? Aceita
uma xícara de chá betavegano?
- E por que não?
Digo... (aceito) se dentro desse sistema "esgotesco" em que vivemos,
ele ainda é um "sopro" benfazejo aos ideais de "liberdade,
igualdade e fraternidade"?
- A meu ver, o
problema não é a filosofia-ideologia-doutri na, sempre foi e continua sendo
as pessoas. O problema também não se limita a um partido político, ele é macro
e micro econômico. Economia-política revela muito mais sobre o mundo e,
especificamente, a história de um país do que a ideologia partidária ou pessoas
partidárias.
- De fato, por bem
intencionada que seja um político (milagre dos milagres), chegando ao Poder não
lhe restaria muitas opções. Lá não é lugar para revoluções, mas aqui, na
infraestrutura. Em um governo, no máximo, o que se faz são reformas. Reformas
que nada mais são que "re-organizações" necessárias do próprio
sistema político (capitalista). Simples (e complexo) assim. Eis daí o porquê do
chamado "voto consciente". Voto esse que é apenas o início de uma
longa jornada, onde o povo é partícipe ATIVO das propostas governamentais e fiscal
de suas ações públicas. Nem preciso dizer que isso NUNCA acontece aqui.
- Justamente por
isso que não me fixo em siglas partidárias. Porque acho que um planeta não se
faz com partido, mas com pessoas. Não parece ser assim? O problema é a
preguiça: desde que os outros façam a minha parte, tudo bem. E fica por isso.
Até Jarvis C tentou aquele barato de 'todos somos um' e o que fizeram com ele?
Confinaram o coitado em Vitvodle VI. Vitvodle!
- O que me
lembra... aquela vez em que JC mete o sandalhão nas bancas de venda dos
mercenas, chamando todo mundo de "Bando de víboras e hipócritas!"
Hahaha, HIPÓCRITAS! Porque é isso o que somos, não? Uns menos, outros
terrivelmente mais. Sejamos francos: passados milênios, continuamos no mesmo
fosso.
- Na verdade, olhando
ao redor, estamos indo é mais fundo nele. E, como porcos na lama fazem na
Terra, nos esbaldamos nela, chafurdamos nela.
- Os
"inovadores" de hoje, então, deveriam se matar. Assim cortam o mal da
sua infeliz ignorância pela raiz, desde já. Digo, é o fim. Nossos
"inovadores" que nascem, que existem para abalar as velhas
estruturas, querendo mudanças para melhor, estão optando pelas coisas
velhas ineficazes, usando como justificativa a falácia de uma crença baseada em
um profundo desconhecimento da história de mundo. Se querem fazer diferente,
por que, diabos, optar pelo ultrapassado? Querem fazer diferente? Ótimo! Vão às
ruas, cobrar de quem foi eleito. Peticionem, assinem petições, encaminhem
projetos de lei. Nós podemos. Não querem determinado representante? Votem em
outro, em branco, em nulo, em seus próprios umbigos! Mas nunca, nunca em
representantes de velhos sistemas politiqueiros, alegando que eles são a melhor
resposta.
- Sabe, não
merecemos Fália. Somos o que? Quase 200 milhões de pessoas? Desse número, pouco
mais de 1% merece estar aqui. Estou sendo otimista, como pode ver. Somos,
talvez, o maior exemplo de povo que tem tudo, absolutamente tudo para dar
certo, em todas as esferas - eu disse TODAS - e o que fazemos, afinal?
Reclamamos, murmuramos, nos ausentamos, culpamos os outros ao invés de
assumirmos, nós mesmos, a nossa parte nos negócios, novamente reclamamos...
- Nisso somos
realmente bons!
- ... cuspimos nas
conquistas históricas e optamos livremente pela involução, quando a própria
história nos empurra para frente! Somos pior que vogons pessimistas! Mas eles,
ao menos, são "bosses". E nós, o que somos?
- É incrível como o
resto do mundo enxerga um presente menos medíocre que o passado e um futuro
promissor para nós, mas nós, não! Tudo o que a maioria de nós faz é projetar
velhos costumes retrógrados, que apenas revelam a imaturidade mental que
possuímos. Afinal, reclamar de tudo e culpar o governo X ou Y é atitude típica
de irresponsáveis-covardes-acomodados, que em vez disso deveriam se
debruçar sobre os problemas e transformá-los em questões a ser resolvidas. Todo
país rico começou na pobreza. Foi a atitude de seu povo diante dos problemas e
do mundo por fazer que alavancou a sua história.
- É, somos víboras
num mesmo ninho...
- Hipócritas no
mesmo circo.
- De todo modo, eu
já importei minhas havaianas de pau.
- Dos males, aquele
que mais benefícios traga.
- Não custa nada
tentar. Já dizia um Sábio Configurador "Nem todos que tentam conseguem,
mas todos que conseguiram tentaram".
- Que sábio?
- O mesmo que
inscreveu isso num pára-choque de um certo táxi sideral que peguei rumo ao
setor 42.
- Depois de
Magrathea...?
- Sim, bem pra
lá.
- O que espera
encontrar no 42? O caminho do sábio? Da mansidão, da paz interior, da...?
- O gato.
- Um gato?
- Não um,
"o".
- Oh... Oh!
"O" gato!
- O próprio.
- Desce um Dinamite
Pangaláctica?
- Demorou.
Fália = Brasilia (Brasil + ia). XD
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